Dirigentes das Américas discutem grandes desafios ao movimento sindical
Banco, Movimento Sindical
Encontro do Comitê Executivo da UNI Américas, na capital do Uruguai, abordou transição justa para os jovens, diante das mudanças no mercado de trabalho e ambientais, imigração, igualdade de gênero e negociação coletiva
Capacitação de jovens dirigentes e os desafios para uma transição justa para esse grupo, diante das mudanças impostas pela revolução tecnológica no mercado de trabalho e pela crise ambiental, negociação coletiva, considerando o modelo tripartite, direitos trabalhistas para os imigrantes e igualdade de gênero. Esses foram alguns dos temas abordados no encontro do Comitê Executivo da UNI Américas, que aconteceu nos dias 26 e 27 de junho, na capital do Uruguai, Montevidéu.
O evento reuniu 84 sindicalistas, representantes de trabalhadoras e trabalhadores de 13 países das américas. Participaram do encontro, representando a delegação brasileira, a secretária de Relações Internacionais da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Rita Berlofa, a secretária da Mulher da Contraf-CUT, Fernanda Lopes, e a secretária-geral do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região (Seeb-SP), Lucimara Malaquias.
“Neste momento em que, no Brasil, a campanha salarial dos bancários está em curso, é crucial acompanharmos as experiências de negociação coletiva pelo mundo, para que possamos trocar essas experiências e trazer aprendizados para todos e todas. O reconhecimento da conjuntura regional e as formas de encontrar soluções conjuntas, fortalece nossa organização no Brasil”, avaliou Lucimara.
Rita Berlofa completou que, no encontro, o comitê se posicionou na defesa da democracia na região. "Assinamos uma nota de repúdio contra a tentativa de golpe na Bolívia, que ocorreu no dia 26 de junho. No texto, reforçamos a defesa da democracia e soberania dos povos", pontuou. “A defesa da democracia tem que ser pauta constante, dado o avanço da extrema-direita no mundo, que vem com retirada de direitos dos trabalhadores. Sem democracia todos nós perdemos”, completou a dirigente.
Os temas abordados no encontro estarão também na conferência regional da UNI Américas, prevista para dezembro de 2024.
No debate sobre a capacitação de jovens dirigentes, um dos tópicos considerados fundamentais para o futuro do sindicalismo na região, o secretário regional da UNI Américas, Marcio Monzane, destacou que o trabalho para alcançar melhores negociações coletivas também é uma forma de trazer jovens ao movimento.
"Temos que trazer vários elementos para a nossa agenda sindical e combiná-los com a juventude; trabalhar por mais e melhores negociações coletivas, chegar aos trabalhadores que não alcançamos e continuar crescendo como organização, com participação política”, resumiu.
O presidente da Uni Américas, Héctor Daer, ressaltou que "mais do que nunca, globalizar o pensamento sindical" torna-se fundamental na atualidade. "Globalizar, no sentido de não confundir os objetivos da luta", completou. "E isso é essencial para podermos ter um debate profundo nas nossas sociedades e gerar cultura sindical nos trabalhadores", concluiu.