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Secretário de combate ao Racismo da Contraf-CUT é homenageado pela Alerj

Imagem ilustrativa

Almir Aguiar é reconhecido por "árduo trabalho na luta antirracista e em prol dos trabalhadores"

O secretário de Combate ao Racismo da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Almir Aguiar, recebeu uma “Moção de Aplausos e Congratulações”, da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj).

"A presente moção é um ato de reconhecimento ao árduo trabalho na luta antirracista e em prol dos trabalhadores pelo senhor Almir, que foi presidente do Sindicato dos Bancários [do Rio de Janeiro] durante seis anos, defendendo os direitos da categoria com muita seriedade e afinco, mas sem esquecer a sua luta contra o racismo e a desigualdade", explicou o responsável pela iniciativa, deputado estadual Andrezinho Ceciliano (PT), durante a homenagem, realizada no auditório do Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos Bancários e Financiários do Município do Rio de Janeiro (Seeb-Rio).


Impactos do racismo estrutural

"No meu primeiro ano de mandato como presidente do sindicato [dos bancários do Rio de Janeiro], num plenário tão cheio como esse, eu fui chamado de macaco, por uma bancária da Caixa Econômica Federal. Tive que entrar com uma ação pra que ela se retratasse, mas esse é o racismo estrutural que a gente vive na nossa cidade, no nosso estado, no nosso país", lembrou Almir durante a cerimônia, ao completar, em seguida, que o Atlas da Violência, publicado no ano passado, com base em dados de 2022, revelou que dos 47.508 homicídios registrados no último ano do governo Bolsonaro, 71,8% eram pessoas negras, sendo 50,2% desse total crianças e jovens, entre 12 e 29 anos.

Almir destacou ainda outro exemplo dos impactos do racismo estrutural, no cenário político recente, que foi o envio de uma carta do comandante da Marinha, Marcos Sampaio Olsen, à Comissão de Cultura da Câmara dos Deputados, contra o Projeto de Lei nº 4.046/2021, que inclui João Cândido Felisberto, militar negro, líder da Revolta da Chibata, no Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria.

"Essa atitude de Olsen mostra racismo, porque ele chamou, pessoas como João Cândido, de 'esses seres abjetos’, e que ‘jamais poderiam ser homenageadas'. Ser abjeto a gente vê nos quadros, nas pinturas dos museus do nosso Brasil: é o Almirante Tamandaré, é o Duque de Caxias, que matou milhares de mulheres e crianças na Guerra do Paraguai. Esses estão sendo homenageados", rebateu Almir Aguiar, que também é militante do Movimento Negro Unificado (MNU).

Por fim, o secretário de Combate ao Racismo da Contraf-CUT reforçou a importância da Campanha Voto Negro Consciente, da CONEN. "Segundo o último censo do IBGE, 55,7% do Brasil é de população negra. Agora, no Congresso Nacional, nas câmaras dos Vereadores, nas assembleias legislativas, quando a gente olha, quantos negros têm? Então, a gente precisa ter consciência na hora de votar, avaliar as candidaturas. Porque através da política é que podemos lutar por uma sociedade justa e igualitária ", pontuou.